O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou nesta sexta-feira (21) que o trabalho do Brasil para remoção de tarifas segue, mesmo após decisão de Donald Trump na véspera de remover as sobretaxas de 40% de parte das exportações brasileiras.
“Queremos reiterar que nós continuamos otimistas e o trabalho não terminou. Ele avança, agora com menos barreiras”, afirmou.
Após destacar encontro entre o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, e Marco Rubio, secretário de Estado americano, Alckmin reforçou desejo de excluir mais produtos das sobretaxas.
O decreto por parte dos Estados Unidos representa “maior avanço” nas negociações entre Brasil e Estados Unidos até aqui, segundo o vice-presidente.
Alckmin ainda afirmou que a parcela de produtos nacionais afetados pelas sobretaxas norte-americanas passou de 36% para 22% das exportações brasileiras, que equivaleram a US$ 40 bilhões em 2024.
“Gradualmente, tivemos duas decisões anteriores e alguns produtos foram saindo (do tarifaço) e passaram para a Seção 232. Nesta decisão de ontem, nós tivemos o maior avanço: 238 produtos saíram do tarifaço”, pontuou.
Os setores que ainda não foram incluídos na lista de exceções devem seguir em pauta, segundo Alckmin.
“Você tem alguns alimentos: pescado, mel, uva; e alguns industriais: máquinas, motores, calçados. Esse é o empenho que temos pela frente, mas eu diria que esse foi o maior avanço”, disse.
Apesar da continuidade das conversas, o vice-presidente disse que ainda não há um novo encontro marcado entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump, mas que o líder brasileiro convidou o republicano para o Brasil e se mostrou disposto a visitar Washington para novas conversas.
Ele pondera que “não tem tema proibido” entre eles e lista conversas “não-tarifárias” que também estão nas negociações entre os países,.
“O Brasil está atraindo investimentos na área de data centers. Terras raras, big techs, você tem toda uma pauta de conversas”, concluiu.

